11 julho 2011

TCHAU!

Tchau!

 

- Papai do céu, antes de dormir eu queria te contar algumas coisas...

- Depois de muito trabalhar o Papai e a Mamãe conseguiram umas férias...

- Eles me disseram que iremos fazer uma viagem e que é pra bem longe...

- Eles falaram que vamos pra África, num lugar chamado Moçambique...

- Eles me disseram que eu durmo hoje e que amanhã já é o dia d’agente ir...

- Papai do céu, tô super feliz eles disseram que vou de avião...

- Me contaram também, que agente vai voar lá do outro lado do mar onde eu fui nas férias passadas...

- Me disseram pra eu levar meu DVD pra assistir no avião porque é bem lonjão mesmo...

- Como a gente vai ficar um tempão por lá, estou falando com o Senhor pra despedir...

- Papai do céu, fica com Deus, viu! Acho que depois que eu dormir dez vezes de noite eu volto, tá?

- Um beijo e até quando eu chegar de novo!

 

- Filho! Tá falando sozinho?

- Não, mãe, tava orando, tava despedindo de Deus.

- Como é, filho?

- Éh, tava dando um “tchau” pra Jesus.

- Filho, peraí que eu tô indo aí...

- Filho, como assim dando “tchau pra Jesus”?

- Ué, a gente não tá indo lááá pra lonjão, então!?!

- (risos) Filho, deixa eu te explicar uma coisa.

- O quê?

- Deus está com a gente TODO dia.

- Mesmo quando a gente tá longe? Achei que ele morasse aqui no meu quarto de noite quando falo com Ele?!?

- Deus está com a gente TODO DIA, aqui, na escola, nas brincadeiras, nas viagens, em todo lugar, TODO DIA.

- Mãe, mesmo quando eu perco no vídeo game?

- sim.

- Mesmo quando o Pedrinho chuta minha canela no futebol?

- sim.

- Mãe, mas mesmo quando as coisas ficam feias e tiro nota baixa?

- sim, Filho, dia de dor de barriga, dia de chuva, dia de prova, TODO DIA!

- Agora vai dormir, dá um beijo na mamãe.

- Smack!!!

- Mãe!

- Quê?

- Apaga luz aí, por favor!

- Tá bom, tchau, dorme com Deus.

 

...

 

- Papai do céu, tô falando com o Senhor de novo só pra dizer que acho que o Senhor vai ADORAR a África!!!

 

 

Mateus 28.20 “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.

 

 

Pela Cruz,

Carlos Henrique

 

Ps.: Mesmo numa segunda-feira como esta!

05 julho 2011

AMAZÔNIA!

Amazônia!

 

Tive uma oportunidade única e extremamente privilegiada.

Acredita que conheci o coração da floresta Amazônica?

 

A voadeira, como é chamado o barquinho que viajamos, parecia muito frágil diante daquele abundante volume de água cortando um mundo verde. Verdadeiramente é um mundo infindável de verde, verde e mais verde. Todos os tons, ali fica fácil enxergar a paleta de cores com indescritíveis cores onde se predominava o azul do céu, o verde da floresta e o tom amarronzado dos rios. Lindo demais!

 

Sim, mas e deu medo?

 

Deu sim. MUITO! Afinal de contas a medida que deixamos a cidade de São Gabriel da Cachoeira para trás, diante de nós apenas mato e água. Devido ao rio estar bem cheio nem a margem era possível enxergar, as vezes por horas, pois as águas encontravam as copas das árvores que ficam nas margens do rio quando seco.

 

E se o motor enguiça?

 

Teríamos que remar, encontrar um lugar e esperar. Obviamente tínhamos conosco um telefone via satélite para qualquer eventualidade, mas mesmo ele só funcionaria com o céu bem aberto, pois as árvores podem impedir seu bom funcionamento.

 

Navegamos por 6 horas, uma parada em uma cidadezinha as margens de um rio de outro nome, Uaupés, e no outro dia continuamos por mais 6 horas de barquinho até um ponto da floresta que parecia apenas floresta. Mas era a entrada de uma trilha que daria acesso a uma comunidade indígena remota.

 

Como se não bastasse todo o trajeto de barco a trilha que nos aguardava seriam inimagináveis 6 km mata a dentro. Confesso que 6 km na mata não é como os 8 km que tenho o costume de correr no bairro onde moro. Imagine você que faço estes 8 km correndo em 40 minutos em média. Mas os 6 km na mata nos tomaram 02 horas até chegarmos na visão mais deslumbrante: uma comunidade indígena inteirinha vivendo ali no coração da floresta amazônica. (todo mundo de roupa, diga-se de passagem).

 

Obviamente eu teria muitos detalhes e experiências pra te contar, mas o que desejo é lembrar de coisas óbvias como: O quão distante estávamos da civilização, logo, energia, hospitais, remédios, ou qualquer outro necessidade, caso fosse muito urgente, teria que esperar uma trilha de 6 km na selva, mais 12 horas de barco para então retornar a São Gabriel da Cachoeira que até tem muitos recursos, mas o hospital não é nem de longe como os nossos e o telefone celular, pra você ter uma idéia, ficou sem funcionar por uma semana por problemas na torre.

 

Então eu te pergunto: um lugar tão longe assim, índios tão afastados de tudo o que seria necessário, mesmo nós, visitantes, caso acontecesse alguma coisa, o que seria de nós? O que será daqueles indígenas que continuam lá?

 

É por essas e por outras que o meu livrinho de cabeceira continua imbatível. Quando você se sentir só, abandonado, que ninguém se lembra de você ou nota, ou vê o que está acontecendo em sua vida, ou em sua história, o que você está passando ou vivendo eis a velha Bíblia nos trazendo paz e conforto na certeza de que estamos sendo acompanhados.

 

Salmo 33.13-15: “O SENHOR olha dos céus; vê todos os filhos dos homens; do lugar de sua morada, observa todos os moradores da terra, ele, que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras”.

 

 

Pela Cruz,

Carlos Henrique

 

Ps.: Monitoramento 24 horas!