Cirurgia!
Desde adolescente eu sempre fiquei muito constrangido com minhas mãos suadas!
Meu primo, o mais próximo, daqueles que crescem junto com a gente, dizia: "O Zag tem a mão gosmenta!"
Zag é meu apelido em família, e mão gosmenta foi o suor que me acompanhou a vida inteira...até agora.
Digo até agora, pois mesmo medroso como sou, empurrado pelo constrangimento das mãos suadas criei coragem e decidi fazer a tal cirurgia: Simpatectomia! Acesso pelas axilas, dois pequenos pontos que levam uma câmera e uma pinça a atravessar costelas, passeam rente aos pulmões e chegam próximo à coluna vertebral. Lá, coladinho nela, existe o sistema nervoso simpático, nervos que quando grampeados com clips de titânio inibem a produção do suor nas mãos, axilas, face e nos pés.
Bingo! Na última quarta-feira eu me submeti a esta cirurgia. Pergunta aí, vai: "Doeu?"
Obviamente antes da cirurgia eu fiz 200 perguntas ao médico depois de ter conversado horas com meu amigo, acho que você conhece, Google, que me disse altas informações. O médido de verdade confirmou e desmistificou algumas coisas que o Google, um amigo meio mentiroso, havia me dito.
Descobri também pessoas próximas que haviam feito a tal intervenção e me disseram o que aconteceu:
"Carlos, olha só, eu fiz, cara, só que preciso te dizer - Tenho duas notícias - uma ótima e outra péssima!"
Introdução clássica para algo que nem te alegra e nem te detona, mas vamos lá: "me diz aí a boa primeiro!"
"Cara, a cirurgia funciona! Eu suava muito nas axilas, e tô ótimo, nada de pizza na camisa, achei o máximo!"
"Mas, Carlos, doi pra caramba! Obviamente não a cirurgia, afinal é anestesia geral, mas o pós-operatório, parece que um caminhão passou no seu peito, à noite você não consegue dormir, é horrivel! Sofri uns 10 dias!"
Na hora, eu acabava de ver a notícia péssima engolir, sem nem mastigar de uma só vez, a notíca boa. Porém, as velhas mãos suadas insistiam em me dizer: "bora fazer, olha o tanto que é chato, a gente já não aguenta mais viver molhadas, bora, faz vai?" Tá bom, vai, eu vou fazer, mas compra um lote de dipirona e manda entregar no hospital!
Esse episódio como tantos em minha vida me aproximaram de Deus e me fizeram lembrar de algo que não posso deixar de te contar, enxugue suas mãos, xô ao nervosismo e escuta essa comigo!
Quem faz uma cirurgia como esta que fiz merece, por óbvio, sofrer as dores do pós-operatório, ok?
Logo me lembrei do verso de Romanos 3.23: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus".
Ou seja, se faço a "cirurgia" (eu peco) o preço pago será suportar as dores do "pós-operatório" (estar longe de Deus).
Entretanto de maneira espantosa, contrariando os históricos médicos e as experiências das enfermeiras eis que eu acordo da cirurgia sentindo apenas uma dor no peito daquelas de quem está apaixonado, mas longe de quem ama.
Nenhuma dificuldade para dormir, uma noite de sono em berço esplêndido, me alimentei com fartura e tranquilidade, nada de nauseas ou vômitos característicos do pós-operatório, enfim, NADA, nadinha de dor, vontade de sair dali e ganhar a próxima partida de squash sem o risco de deixar a raquete escapar das mãos agora não tão molhadas mais.
Me diz aí o que isso lhe parece? Normal, uma coicidência, algo banal? Nada disso, me lembrei de outro verso!
João 3.16: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna". Ou seja, mesmo merecendo as dores da cirurgia, dos meus pecados eis que Deus mandou Jesus a cruz para sentir as dores desta cirurgia para que eu, agora limpo, sadio, com mãos secas, seja completamente feliz e grato Aquele que arrancou as dores do pecado da minha e da sua vida!
Pela Cruz,
Carlos Henrique
Ps.: Meu médico: JESUS CRISTO! O histórico de suas cirurgias: Bíblia!